Criança de férias em casa é duro.
Criança de férias em casa e que não consegue ficar sem ter o que fazer, nem que seja por um minuto, é duro ao cubo…
-Júlia, vem me ajudar a embalar os presentes. – eu peço, na última tentativa de conseguir alguma paz (rs) – Vamos, a gente brinca de fábrica de cartões de Natal. Eu faço os embrulhos, e você desenha nos cartões, pode ser?
-Claro!
Beleza. A idéia foi boa, e lá fui eu pegar o durex e o plástico bolha para embalar a escultura do padrinho.
-Mãe, mãe, posso colocar esse plástico bolha aqui no chão, estendido, para fingir que é tapete?
-Hum, hum… – respondo eu no piloto automático, enquanto tento, em vão, achar a pontinha do danado do durex. De repente, os intrometidos barulhinhos explodem no ar PLEC PLEC PLEC PLEC PLEC PLEPLEPLEPLEPLEPLEPLEPLE….
-Júlia, o que você está fazendo?????
-Tô pisando no tapete e estourando as bolhas!!! Bom demais, mãe, vem pisar você também!!!
-Não posso, filha, esqueceu? Meu pé tá todo doendo!
-PISA COM A MÃO!!!!
=D
Durante a ceia de Natal, aqui em casa, estava toda a família do meu marido reunida, e lá fomos nós iniciar o amigo-oculto das crianças… Cada uma delas tinha comprado uma caixa de bombons, e o sorteio foi feito na hora, com mães e pais cochichando nos ouvidos daqueles que ainda não sabem ler…
Na hora da Paula, minha sobrinha de 3 anos (vulgo POPS) entregar o presente ao seu amigo secreto, a mãe foi lá passar as instruções. Enquanto ouvia atentamente as palavras da mãe, Pops mastigava o embrulho da caixa de chocolates, até que ela olha para o presente e dá um grito, assustada:
-MÃE!!!! MORDI MEU AMIGO OCULTO!!!
=D
Ao sairmos da missa de Natal, comento com a Júlia sobre a música final:
-Juju, sabe essa música “Então é Natal”…? A original é em inglês, é aquela “And so this is Christmas”, sabe qual é?
-Sei…
-Tem aquela parte “War is oooover…”, que quer dizer que a guerra acabou.
-Isso é muito bom, né mãe? Não tem coisa mais triste do que guerra. Ainda bem que no Brasil foi “Independência ou Morte, né, mãe”?
-Hã?????
-É, o Brasil escolheu Independência, ainda bem que não teve morte, né, mãe?
-Júlia, espera aí. Você sabe o que é independência?
-Não! Quer dizer… Que ele ficou “independido”?
=D
Dia 25 à tarde, pós-almoço (FARTO), aquela típica preguiça de “dou meu reino por um sofá” e lá vou eu tentar ver TRON, O Legado, com Júlia e meu primo Lucas (10 anos). Frustrados por não conseguirmos ver o filme, voltamos pra minha casa.
-Ao menos vocês dois vão poder brincar de alguma coisa! – digo eu, para logo me lembrar que o “alguma coisa” se traduz, quase sempre, em jogos no computador.
-Olha lá, mãe, olha lá, aquele monstro atira meleca nas pessoas!
Sem saber se tinha ouvido corretamente, lá fui eu espiar e descubro um monstro terrível assoando nariz e matando os transeuntes.
-Deus me livre!!! – Eu falo.
-Compra lá, Lucas, compra lá!!! – Pede Júlia ao seu primo.
-Não dá, Júlia! – Lucas reclama – Já te falei, não dá pra comprar catarro antes da terceira fase!
E eu que tinha comemorado a bem-vinda tarde de brincadeiras lúdicas…
=D
Ah, minha sobrinha Bruna(14), no Natal, veio me contar a última de sua irmã Laura(7).
-Tia, a Laura ganhou uma blusa que tem um colete desenhado nela e deu um grito: QUE LEGAL, VEM ATÉ COM COLETIVO!!!!
=D
Pra encerrar, dia 26 (hoje), fui almoçar na casa da minha mãe para saborear o restinho da comilança do feriado.
-Juju! – comento – A gente não tirou foto das SURICATAS que vimos no Zoológico!
-DO Suricata.
-Por que não DA Suricata? Tem mulher também!
-DOS Suricatas, mãe! Falei ELES, do VERBO TODOS!!!!!!
=D
Papai Noel, no ano que vem, traz uma Gramática nova aqui pra casa!!!
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