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Archive for the ‘mãe coruja’ Category

karol_4

Que delícia era o mês de junho para a nossa Karol. Pula fogueira, balão de São João, pé de moleque para a moleca… Ninguém segurava Karol no sexto mês do ano. Aliás, como você bem sabe, pois certamente já leu meus posts anteriores, ninguém conseguia segurar a menina em mês nenhum! Mas junho era o mais animado, e Karol ficava ainda mais danada, se é que isso é possível.

– Sua filha está andando em cima do muro.

– Como é??? – perguntou a mãe da Karol, do outro lado do telefone, assustada com aquela mensagem da vizinha que a interrompia em pleno dia de trabalho.

– Está lá, desfilando em cima do muro com o vestido da festa junina.

– Vai cair!!!!

– Foi o que eu falei, mas a menina não me ouve não. Se bobear, já caiu.

E lá ia a mãe de Karol largar o trabalho para dar um jeito na filha, apelando para São Pedro para que aquele mês acabasse rápido.

Mas nem São Pedro, nem Santo Antônio, nem mesmo São João davam jeito na garota, ainda mais com a competição de quadrilhas que marcava a temporada. Karol ia toda linda, de vestido armado, parecendo um abajour. Naquele ano, ela seria a noivinha, e seu vestido branco lembrava um algodão doce repolhudo. Mas onde é que estava o algodão doce na hora da quadrilha começar?

– Ninguém sabe, ninguém viu.

Foi assim que responderam para a aflita mãe da Karol. Só que antes mesmo dela continuar a procurar por sua filha, seu coração gelou. É que lá na frente, do outro lado da rua, ela viu um ponto branco, um branco gordinho que nem um abajour, no meio da copa da árvore, que balançou, balançou…

– VAI CAIR!

E caiu. Caiu que nem manga madura em pleno mês de junho. Caiu porque ninguém segurava a Karol, e isso não é novidade para você. A novidade é que nada de grave aconteceu, e ela seguiu dançando, de vestido sujo, mãos e joelhos ralados, mas muito, muito, feliz.

 

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dora

 

Maia me visitou essa semana. Chegou como quem quer continuar sonhando, o ombro da mãe era seu travesseiro. Prima querida, a mãe da Maia. Da última vez que a vi, ela ainda não era mãe. Mas era querida.

Maia chegou cismada, sem saber quem morava naquela casa estranha. Ela não sabia das histórias que sua mãe e eu vivemos na infância e na adolescência. Ela não tinha ideia de que, por maior que seja a distância, há laços fortes, nós que não desatam, e que unem a nossa família.

Maia e eu somos família, mas ela ainda não sabe. O que ela sabe é brincar, pois sua mãe a ensinou. Ela não depende da televisão ou do celular. Na sua cabecinha de menina criativa, Maia constrói castelos com as rolhas de vinho que enfeitam a jarra da sala. Sua mente voa junto ao meu mini carrossel de lata, seu sorriso aparece ao brincar com a Shanti, minha chihuahua. Os inocentes se entendem, como diz minha madrinha.

Shanti entendeu a Maia, e ganhou pão de queijo. “Pão de queijo” é para a gente, Maia. A Shanti só como ração”.

Mas tadinha da Shanti. Ela quer pão de queijo.

A mãe da Maia, minha prima querida, tomou um golinho de suco na canequinha de plástico que eu havia reservado para a minha priminha que não conhecia. A mãe então insistiu com a filhota.

– Quer suco, Maia?

– Em outro copo. Não quero “misturar bocas”.

Essa é a Maia, a menina mais parecida com a Dora Aventureira que existe nesse mundo. Maia, desejo a você uma vida de aventuras, bem misturadinha com a gente.

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Criança vê o mundo diferente. Fato.
Ok, isso não é novidade pra ninguém, eu sei. É claro que o olhar da criança é diferenciado, puro, ingênuo, arrebatador, colorido, criativo, autêntico. Mas uma coisa é saber, a outra é ter provas concretas…

Outro dia me deparei com um caderninho de anotações de Juju sobre sua excursão a Ouro Preto, nossa famosa cidade histórica que está a poucos quilômetros de Belo Horizonte, onde vivemos.

Não resisti e quis trazer as anotações para vocês.
Nesse feriadão de 1o. de maio, quando muitos viajam (com exceção da autora desse blog =D), seguem as palavras da observadora viajante Juju, então com 9 anos… O texto está sendo reproduzido integralmente, do jeitinho que ela escreveu, ok???? É uma pena que eu não possa reproduzir as letras tremidas pelo sacolejo do ônibus de sua excursão… 🙂

“Hoje eu vou para Ouro Preto. Estou dentro do ônibus observando a paisagem, com a minha amiga Thaís.
Os monumentos de Ouro Preto podem ter mais de 300 anos!
Olhamos o Pico do Itacolomi. Agora vamos entrar em uma igreja, muito antiga.
Chegamos! Na Igreja São Francisco de Assis. Tinha igreja para escravos, pintores etc…
O Aleijadinho tinha uma doença muito forte.
O teto dessa igreja é maravilhoso.
O lustre é de cristal.
O altar dá vontade de tirar 1000 fotos.
Tem uma sandália chamada Franciscana em nome de São Francisco de Assis.
Tem uma escultura chamada Lavablo.
Essa igreja foi projetada em 1765 e acabou de ser projetada em 1810.
O leão de madeira foi projetado em 1787 e foi o Alejadinho que fez.
Esse museu é incrível. Tem uma loja chamada (Mundo Kids). Parece legal.”

PALAVRA DA AUTORA: Parada para observações, leitores. Eu também não entendi como uma igreja virou museu, e não compreendo que raio de loja Mundo Kids é essa. Acredito eu que foi uma loja avistada da janela do ônibus, mas isso é só um palpite de uma mãe não presente na viagem. Ok, voltemos ao diário de bordo:

“Continuando o assunto… As esculturas são perfeitas.
A igreja agora chama-se Igreja Matriz.
A escultura dá impreção que é um samurai.”

OUTRA PARADA: Leitor, lembro a você que foi a Juju que escreveu esse diário. Eu sei que impressão se escreve com “ss”, e compartilho da mesma opinião que a Igreja não mudou de nome e se tornou Igreja Matriz. Tenho uma leve impreSSão que a meninada foi visitar outra igreja, mas essa é, reforçando, uma impreSSão minha!

“Nós vimos o túmulo do Alejadinho e da Maria de Dirceu. Depois almoçamos.
E agora estamos na casa de Tiradentes.
A casa tem rio e ela foi feita em 2 anos. E tinha muito ouro. Vamos entrar daqui a pouco.
Nós vamos ver as cópias das moedas antigas e a cenzala. (Essa casa tem lustres maravilhosos!)”

LEITOR, a minha casa também tem lustres. E não, não sei o motivo da minha filha reparar tanto neles. E hoje ela sabe quem é MaríLIA de Dirceu!!! =D

“Parece uma manção. Tem até uma pia para os escravos.
A casa tem 4 andares. Tem uma caveira aqui. É ASSUSTADOR!
Isso é muito doido!
Tem coisas que dão nojo, tipo aonde os escravos faziam cocô e xixi.
Mostra a cadeira para o dentista.
Nós vimos a cozinha dos escravos. Tem até uma balança.
Tem uma moeda chamada Mori. Que moedas malucas!
Achamos as notas e os RÉIS.
Vimos moedas de 1994 e até de 1998!
A vista daqui é maravilhosa!!! “MAS DÁ MEDO”
Lá vamos nós subir o morro.
Nós vamos ir no Museu da Inconfidência que tem o túmulo da Bárbara Heliodora e do Tomaz Antônio Gonzaga.”

PUXA, obrigada, Juju, AGORA eu sei onde você está. Continuando…

“Estamos vendo vários quadros aqui, no museu da Inconfidência. Chegamos.
Aqui onde estamos é a cadeia dos mais perigosos.
Estamos vendo a Litera estamos vendo até revolver.
Vimos duas maquetes.
Tem Percução.
Achamos as peças da forca que usaram para enforcar o Tiradentes”.

AAAAH… Estavam perdidas? Ok, dando prosseguimento… 🙂

“Vimos o relójio de Tiradentes. O túmulo de Bárbara Bela, Marília de Dirceu e José Álvares Maciel estão aqui. Nós vimos objetos muito antigos.
Tem uma cadeira chamada cadeirinha de Arruar.
Nós vimos a estátua de São Jorge.
Quantas jóias!
Chegamos a outro museu maravilhoso quantas coisas parada para lanchar”

AINDA BEM que tem parada para lanchar, porque parada na frase (vírgula, ponto) não existe pra minha filha! Continuando…

“Agora já estamos no ônibus para ir embora. Adeus, Ouro Preto!”

MAS JÁ??? E NEM ME CONTOU SE LANCHOU DIREITINHO????????

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Há mais ou menos 10 anos e 8 meses, nascia o Palavra de Criança.
Nessa época ele não era um blog, mas um caderno onde eu, pacientemente, anotava meu dia-a-dia de gravidez.
Quando Juju começou a crescer, as pérolas foram nascendo. “Tiradas” fofas, engraçadas, que me faziam rir, e às vezes pensar… Criança tem mesmo cada uma!

Depois veio o blog, para compartilhar não só as pérolas da Juju, mas de outras crianças que conheço pessoalmente ou virtualmente. E assim, o Palavra de Criança foi ganhando recheio e ficando cada vez mais gostoso.

Mas gostoso mesmo é ser criança! Por isso, Juju, nesse seu aniversário de 10 anos, o que peço para você é saúde e disposição, para levar a vida sem perder essa criança linda que está dentro de você.

Te amo!!!!!!!!!!!!
Sua mamãe

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Uma vez meu afilhado Victor disse que gostaria de escrever um livro sobre as “Pérolas das Mães”, ao invés das “Pérolas de crianças” que coloco por aqui.
Sem dúvida, o assunto renderia outro blog.
Não é preciso ir longe, basta olharmos para nós mesmas e ver o quanto pagamos mico por esse amor incondicional.
São cenas do tipo “chorar enquanto vê o ônibus da excursão partindo”, “arrancar da bolsa aquele casaquinho e entregar pro filho (na frente dos colegas) porque no cinema faz frio”, “confundir o nome dos filhos e criar novidades do tipo GUISTAVO e GUSLHERME, YUCA e LURI, LAULA e PAURA”, “despedir no aeroporto e mostrar com os olhos um apelo de NÃO VAI NÃO PELOAMORDEDEUS”, “comprar um hamster para a filha, mesmo sentindo pânico de roedores” e por aí vai…
E daí? Quem ama paga mico, solta pérolas e se acaba de dar risada.
Porque mãe é assim mesmo: podemos até ter um montão de defeitos, mas certamente somos muito mais ABARROTADAS de amor!
E viva as mães !!!!!!!!!!!!!!! =D

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Criança de férias em casa é duro.
Criança de férias em casa e que não consegue ficar sem ter o que fazer, nem que seja por um minuto, é duro ao cubo…

-Júlia, vem me ajudar a embalar os presentes. – eu peço, na última tentativa de conseguir alguma paz (rs) – Vamos, a gente brinca de fábrica de cartões de Natal. Eu faço os embrulhos, e você desenha nos cartões, pode ser?
-Claro!
Beleza. A idéia foi boa, e lá fui eu pegar o durex e o plástico bolha para embalar a escultura do padrinho.
-Mãe, mãe, posso colocar esse plástico bolha aqui no chão, estendido, para fingir que é tapete?
-Hum, hum… – respondo eu no piloto automático, enquanto tento, em vão, achar a pontinha do danado do durex. De repente, os intrometidos barulhinhos explodem no ar PLEC PLEC PLEC PLEC PLEC PLEPLEPLEPLEPLEPLEPLEPLE….
-Júlia, o que você está fazendo?????
-Tô pisando no tapete e estourando as bolhas!!! Bom demais, mãe, vem pisar você também!!!
-Não posso, filha, esqueceu? Meu pé tá todo doendo!
-PISA COM A MÃO!!!!

=D

Durante a ceia de Natal, aqui em casa, estava toda a família do meu marido reunida, e lá fomos nós iniciar o amigo-oculto das crianças… Cada uma delas tinha comprado uma caixa de bombons, e o sorteio foi feito na hora, com mães e pais cochichando nos ouvidos daqueles que ainda não sabem ler…

Na hora da Paula, minha sobrinha de 3 anos (vulgo POPS) entregar o presente ao seu amigo secreto, a mãe foi lá passar as instruções. Enquanto ouvia atentamente as palavras da mãe, Pops mastigava o embrulho da caixa de chocolates, até que ela olha para o presente e dá um grito, assustada:

-MÃE!!!! MORDI MEU AMIGO OCULTO!!!

=D

Ao sairmos da missa de Natal, comento com a Júlia sobre a música final:
-Juju, sabe essa música “Então é Natal”…? A original é em inglês, é aquela “And so this is Christmas”, sabe qual é?
-Sei…
-Tem aquela parte “War is oooover…”, que quer dizer que a guerra acabou.
-Isso é muito bom, né mãe? Não tem coisa mais triste do que guerra. Ainda bem que no Brasil foi “Independência ou Morte, né, mãe”?
-Hã?????
-É, o Brasil escolheu Independência, ainda bem que não teve morte, né, mãe?
-Júlia, espera aí. Você sabe o que é independência?
-Não! Quer dizer… Que ele ficou “independido”?

=D

Dia 25 à tarde, pós-almoço (FARTO), aquela típica preguiça de “dou meu reino por um sofá” e lá vou eu tentar ver TRON, O Legado, com Júlia e meu primo Lucas (10 anos). Frustrados por não conseguirmos ver o filme, voltamos pra minha casa.
-Ao menos vocês dois vão poder brincar de alguma coisa! – digo eu, para logo me lembrar que o “alguma coisa” se traduz, quase sempre, em jogos no computador.
-Olha lá, mãe, olha lá, aquele monstro atira meleca nas pessoas!
Sem saber se tinha ouvido corretamente, lá fui eu espiar e descubro um monstro terrível assoando nariz e matando os transeuntes.
-Deus me livre!!! – Eu falo.
-Compra lá, Lucas, compra lá!!! – Pede Júlia ao seu primo.
-Não dá, Júlia! – Lucas reclama – Já te falei, não dá pra comprar catarro antes da terceira fase!
E eu que tinha comemorado a bem-vinda tarde de brincadeiras lúdicas…

=D

Ah, minha sobrinha Bruna(14), no Natal, veio me contar a última de sua irmã Laura(7).
-Tia, a Laura ganhou uma blusa que tem um colete desenhado nela e deu um grito: QUE LEGAL, VEM ATÉ COM COLETIVO!!!!

=D

Pra encerrar, dia 26 (hoje), fui almoçar na casa da minha mãe para saborear o restinho da comilança do feriado.
-Juju! – comento – A gente não tirou foto das SURICATAS que vimos no Zoológico!
-DO Suricata.
-Por que não DA Suricata? Tem mulher também!
-DOS Suricatas, mãe! Falei ELES, do VERBO TODOS!!!!!!

=D

Papai Noel, no ano que vem, traz uma Gramática nova aqui pra casa!!!

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Quem não se sente culpado com um pedido desses?
Eu e as outras pobres mães que por ‘n’ motivos ainda não deram um animalzinho de estimação aos seus filhos…
Posso enumerar alguns: Quem vai cuidar do coitado quando a gente sair? Alguém se dispõe a alargar o apartamento para fazer uma área mais confortável pro bichinho? Quem vai arcar com as contas do veterinário? Quem vai limpar o cocô????

A Juju é apaixonada com Pinscher, só porque ele é pequeno é “zoiúdo”. Para quem não sabe, “zoiúdo” é quem tem olho grande. É… Minha filha não é muito convencional na escolha dos cachorros e de “otras cositas mais”…

-Me dá um Hamster então, mãe!
-Deus me livre, filha! Dá aflição pegar naquele bicho, parece mesmo um rato, ecaaaa!
-Eu pego pra você, mãe…
-Mas como é que pega aquilo, filha??? (Pergunto eu, com a maior cara de nojo – que me desculpem os amantes de Hamsters…)
-Mãe, é assim: não pode ser com muita potência, porque senão mata. E não pode ser muito leve, porque senão vaza!!!!

Logo minha cabecinha de escritora começou a pensar num livro de auto-ajuda… Pegue leve com a vida, mas nem tanto… Senão ela vaza!

Bom feriado e dia das crianças para todos!!!!!

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Manhã de sábado na Mineiriana, uma deliciosa livraria aqui em BH. Maravilhoso programa “mãe e filha”. Júlia se perde no meio dos livros da parte infanto-juvenil e eu aproveito para explicar a ela o que é um “programa cultural”. Saudade de ficar assim, de bobeira, só lendo, vendo gravuras, apreciando o entra-e-sai de pessoas e o cheirinho do Café da Travessa que ajuda a deixar o local ainda mais charmoso.

Foi aí que encontrei o livro “Vico, o filhósofo” na prateleira, e foi paixão à primeira vista. Lindo, ricamente ilustrado, capa dura (adooooro livro de capa dura), essa delícia publicada por Deborah Bresser (editora Leya) traz frases filosóficas e emocionantes de seu filho Vinícius.

Só pra dar um gostinho:

Um filho é um livro que se abre” – Vinicius Bresser Grunwald, aos 8 anos, ao saber que o livro estava sendo preparado.

Diante de um bonequinho do Papai Noel, ele dispara:

Ele parece Deus. Mas não é. Ele tem botas. Deus é descalço.

Vocês conseguem imaginar algo melhor para uma dica de domingo?
Fiquem com Deus!

Vai aí outra dica… O melhor desse blog são as frases que recebo como colaboração… Não deixem de conferí-las nos “comentários”!

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